Workshop aproxima moradores e cientistas na RDS Tupé

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Aproximar pesquisadores e moradores da Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Tupé (RDS-Tupé) e apresentar os resultados dos projetos desenvolvidos na RDS Tupé. Este é um dos objetivos do “7º Workshop do Projeto BioTupé”, que será realizado de 12 a 14 de dezembro, com mesas-redondas, palestras e seminários. Durante o encontro, serão discutidos temas como “Geração de Renda, Resgate do Conhecimento Local e Popularização Científica”, “Eletrificação Rural: experiências em comunidades indígenas”, “Biodiversidade para Geração de Renda”, “Resgate do Conhecimento Popular sobre Plantas de Uso Medicinal”, “Plantas Úteis da Amazônia”, além da apresentação dos projetos feitos pelos bolsistas de iniciação científica. O encontro volta a acontecer na reserva seis anos após sua primeira edição. Entretanto, o compromisso dos pesquisadores com os moradores não mudou. Eles retornam para apresentar à comunidade o que foi realizado ao longo destes sete anos e, conseqüentemente, mostrar como os resultados das pesquisas influenciam na vida dos moradores e no ambiente. Na época do primeiro workshop, de acordo com o coordenador do Biotupé, Edinaldo Nelson, com o projeto ainda iniciando, as discussões foram esvaziadas. Porém, como muitos projetos já apresentam resultados, desta vez, o cenário será diferente. Isso porque os pesquisadores têm realizado ações que aproximam a produção científica dos comunitários e os resultados são compartilhados com os moradores sob a perspectiva da aplicação no cotidiano. O cientista cita como exemplo a construção da “Estação Científica”. Ainda sem nome definido, ela será utilizada como apoio à pesquisa, extensão e ensino realizados na RDS Tupé. “Atuamos fortemente no ensino. O projeto reúne estudantes do nível médio até o doutorado. A estação proporcionará uma aproximação maior com os comunitários”, comemora. Iniciado em novembro de 2001 e com financiamentos viabilizados em fevereiro de 2002, o pesquisador revela que o grupo enfrentou grandes dificuldades para se manter atuante, especialmente quanto à falta de recursos, equipes reduzidas, desconhecimento da área e unidade no grupo de pesquisa. “Era complicado deslocar-se até a RDS e manter o pessoal na área. Outro problema foi que algumas pessoas do grupo não acreditavam que ficaríamos no local até hoje”, vencemos. Hoje, não são desenvolvidas apenas pesquisas sobre biodiversidade, uso de recursos com potencial econômico, plantas medicinais ou limnologia (estudos sobre ambientes aquáticos). Os cientistas do projeto têm uma forte atuação em extensão, ou seja, investem no trabalho com moradores, como a promoção da geração de renda por meio da biodiversidade local e regional. “As comunidades são compostas por pessoas de diversas origens, escolaridades e com histórias de vida distintas. Poucos nasceram e se criaram na RDS. Há poucas pessoas na faixa etária de 15 a 30 anos. Os mais jovens mudam para cidade. Por isso, a população é formada por crianças e idosos. Os dados são importantes para implantação de ações e estratégias de trabalho. Mas eles têm contribuído e ajudado no processo”, ressalta. As pesquisas realizadas na RDS contam com o apoio da Fapeam, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e do UNISOL/Banco Real. Divulgação científica Na programação está prevista a mesa-redonda “Divulgação e Popularização Científica e Tecnológica para Comunidades Rurais do Amazonas”. Ela será composta pelo diretor-presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), Odenildo Teixeira Sena; pela chefe do Departamento de Comunicação da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), Grace Soares; pelo professor e responsável pelo Portal da Ciência, Allan Rodrigues; e pelo coordenador do projeto Biotupé e pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Edinaldo Nelson dos Santos Silva. O tema, na opinião do cientista, ainda é incipiente e, às vezes, inexistente nas áreas urbanas. “Nas zonas rurais, o quadro é bem mais grave”, disse. Por isso, ao realizar o workshop, os pesquisadores querem incentivar o debate sobre fenômenos e processos ligados à comunicação entre a comunidade da RDS Tupé, dessa forma, contribuindo na solução dos problemas, que passam pelas tecnologias existentes. “Eles não conhecem as tecnologias que poderiam ajudá-los a solucionar os problemas e diminuir as dificuldades. É difícil viver na área rural sem as mínimas condições. Não há nada de romântico. A popularização científica e tecnológica faz todo sentido e é necessária nessas áreas”, finaliza. Serviço: Período de Inscrição: 24 de novembro a 08 de dezembro de 2008 Taxa: R$ 10,00 (transporte até a RDS incluso) Local: Coordenação de Pesquisas em Biologia Aquática (CPBA), campus INPA-Aleixo II. Sala: Pesquisador Edinaldo Nelson Fonte: Agência Fapeam 2008-12-03 - 09:47:56

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