BIOTUPÉ INICIA INSTALAÇÃO DE PROJETOS-PILOTO NA COMUNIDADE DO JULIÃO, RDS DO TUPÉ

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BIOTUPÉ INICIA INSTALAÇÃO DE PROJETOS-PILOTO NA COMUNIDADE DO JULIÃO, RDS DO TUPÉ

 

Uma ideia premiada (Samuel Benchimol/2007) começa a se tornar realidade na comunidade do Julião, zona rural do Município de Manaus, na RDS do Tupé. Equipe do Biotupé iniciou a montagem e instalação de sistemas, de baixo custo e apropriados para as condições locais, para captação e tratamento de água da chuva para uso doméstico, estação de tratamento de esgoto doméstico por zona de raízes (ETEZR), tratamento de águas cinzas utilizando plantas e destinação e tratamento adequados de fezes e urinas através do sanitário seco/compostável.

Estas tecnologias não são novas. Algumas até bastante antigas, mas infelizmente, até hoje, com uso bastante restrito e com pouco ou nenhum incentivo. O que estamos fazendo é adaptá-las às condições locais, ou seja, ausência de fornecimento regular de água, ausência de qualquer sistema de coleta e tratamento de esgoto sanitário, ausência de fornecimento de água tratada, fornecimento irregular de energia elétrica em algumas comunidades, outras sequer tem esse tipo de fornecimento, dificuldade de acesso à água, principalmente na época de seca dos rios, grau variado de isolamento e dificuldades de comunicação e de transporte.

Foram selecionadas duas residências que já usavam água para o esgotamento sanitário, mas não utilizavam fossas sépticas. Nestes locais está sendo montado um sistema combinado de fossas sépticas de baixo custo e a Estação de Tratamento de Esgoto por Zona de Raízes, para o efluente líquido. Testaremos a eficiência deste sistema e estão envolvidos diretamente nas atividades de pesquisa duas estudantes da Escola Municipal Canaã II, na própria comunidade, que são bolsistas de PibicJr (FAPEAM/INPA), uma bolsista de Iniciação Científica (Pibic/FAPEAM/INPA) e uma estudante de mestrado do INPA (BADPI/INPA). Cada uma abordará e tratará esta questão no seu respectivo nível e os resultados obtidos serão complementares. Esta fase de implantação e avaliação se estenderá por 12 meses, até julho de 2011.

Como o sistema descrito acima utiliza água, instalaremos os sistemas de captação e tratamento de água da chuva nestas mesmas residências. Estes sistemas terão também sua eficiência avaliada tanto como provedores da quantidade de água necessária para os diversos usos como para o consumo humano, após o tratamento adequado. Este projeto está sendo executado por uma estudante da Escola da comunidade (PibicJr./FAPEAM/INPA) e uma estudante de Iniciação Científica do INPA (PIBIC/CNPq/INPA).

Outro sistema de baixíssimo custo utilizado para tratamento das águas descartadas após a lavagem de louça, roupa e banho, está sendo montado em três residências. Este sistema chamado de círculo de bananeira utiliza estas plantas, além de outras como recicladores dessas águas. Este projeto está a cargo de uma estudante da escola da comunidade (PibicJr./FAPEAM/INPA).

Para o tratamento e destinação adequada das fezes e urina será utilizado o sanitário seco ou compostável. Tecnologia já existente nessa comunidade como projeto demonstrativo. O Biotupé, juntamente com os comunitários, em regime de mutirão, já montaram um sanitário seco, que em breve terá sua primeira câmara de compostagem esvaziada. O composto/adubo retirado será utilizado na própria comunidade. Esta tecnologia não usa água para o esgotamento das fezes, não contamina o lençol freático, não produz cheiro ruim, não permite o acesso de animais, como os sistemas comumente utilizados pelos ribeirinhos na Amazônia. Fizemos uma modificação no sistema tradicional deste sanitário seco e a sua eficiência e funcionamento serão também testados em dois sanitários a serem instalados em duas residências dessa comunidade.

Estes projetos terão a participação direta das famílias dessas residências, além disso todos comunitários serão informados sobre o funcionamento de cada um desses sistemas, sua importância tanto para o dia a dia dessas famílias quanto para sua saúde, qualidade de vida e também para a conservação e proteção das águas e dos animais e plantas que vivem nesses locais.

Comprovada as vantagens do uso desses sistemas em comunidades rurais com condições similares as do Julião, será buscado financiamento para a ampliação do uso dessas tecnologias para o maior número possível de residências.

Os interessados em conhecer estes projetos, replicá-los, contribuir com sua ampliação, quer financeiramente, material ou força de trabalho voluntário, não hesitem em nos procurar no INPA/CPBA – Campus II, Aleixo (3643-3291).

 

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