Bolsistas de Iniciação Científica Júnior da zona rural de Manaus iniciam atividades no Projeto Biotupé

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Nos dias 01 e 02 de novembro foi realizada a primeira reunião de planejamento e trabalho com os pais e bolsistas de Iniciação Científica Júnior e a equipe do Projeto Biotupé/Saberes Locais, ao qual estes estudantes estão vinculados. Através do Programa de Bolsas de Iniciação Científica Júnior (PIBIC Jr) do INPA, com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM), foram selecionados quatro estudantes do ensino fundamental da Escola Municipal Canaã II, situada na Comunidade do Julião, na Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Tupé (RDS-Tupé), na zona rural do município de Manaus. Estes estudantes desenvolverão suas atividades de treinamento em pesquisa no âmbito do Projeto “Saberes e práticas locais sobre plantas de uso medicinal: promovendo a saúde, boas práticas agrícolas, resgate e valorização da cultura popular” (Saberes Locais), financiado pelo CNPq, edital 36/2007 executado pela equipe do Projeto Biotupé e sob a responsabilidade do Dr. Edinaldo Nelson dos Santos Silva. As atividades planejadas para este treinamento não envolverão apenas os estudantes selecionados, mas também as suas famílias, principalmente os seus pais, que já tiveram uma reunião conjunta com seus filhos bolsistas e a psicóloga que participa voluntariamente neste projeto, Nilce Camargo, no dia 02 de novembro, após a realização desta reunião de planejamento. Na primeira reunião todos os planos individuais de trabalho foram detalhadamente discutidos, as dúvidas dos estudantes foram tiradas e foi mais um momento de planejamento mesmo das atividades durante estes 12 meses de trabalho. Todo o cronograma de atividades exigido pelo Programa PIBIC Jr. foi também apresentado e discutido por todos. Nesta ocasião estabeleceu-se também um calendário de atividades, quando a equipe do Biotupé, envolvida neste projeto, estará desenvolvendo atividades de orientação, verificação das atividades realizadas e planejamento das atividades futuras. Neste processo estão também programadas algumas visitas dos estudantes a Manaus para consulta às bibliotecas e pesquisas utilizando a internete. Sobre a reunião dos estudantes e seus pais, que foi coordenada por Nilce Camargo, esta comentou sobre o significado desse primeiro encontro: “participaram da reunião todos os pais e os jovens “pibics”, nesse primeiro momento demonstraram o apoio aos filhos com a presença, pois o interesse deles pela atividade dos filhos simboliza a credibilidade que tem nos filhos, importante na formação dos mesmos”. Nesta reunião ocorreu uma manifestação de expectativas, tanto por parte dos pais como dos estudantes, que também expuseram a todos quais as atividades que cada um irá desenvolver no projeto “Saberes Locais”. Sobre isso Nilce resumiu a visão exposta por todos os pais de que: “o projeto pibic-junior possibilitará ao filho, conhecimento e crescimento; preservação do meio ambiente; conhecer o meio em que vive; propiciar vida melhor aos comunitários decorrentes da aprendizagem; ser conhecido das pessoas futuramente; futuro promissor”. Edinaldo Nelson expressou sua opinião a respeito deste processo de implementação das bolsas neste programa, que além de ser novo para ele também trouxe dificuldades adicionais e incomuns se os bolsistas fossem residentes na cidade, como: “alguns bolsistas ou pais não tinham alguns dos documentos exigidos ou até mesmo todos, num primeiro momento, não puderam abrir conta no banco pelo aparente “singelo” motivo de não poder comprovar residência pelas vias exigidas para esta comprovação. São moradores da zona rural, onde não existe fornecimento de energia elétrica ou água, portanto não tem um endereço “oficial”, não têm CEP. Tiveram que usar o comprovante de residência de algum parente residente em Manaus. Esta é uma dificuldade que a FAPEAM, que sempre foi sensível e atenta a estas questões, deve levar em consideração e prover meios de superá-las com mais facilidade nos futuros editais. Além disso, tiveram muita dificuldade de realizar vários deslocamentos para Manaus, por falta de dinheiro mesmo e meios de locomoção pela cidade. Mas ao final tudo deu certo”. Nilce informou na reunião com pais e estudantes que todos falaram sobre isso e que “as dificuldades encontradas pelos pais e pelos jovens nesse processo: na documentação tanto pessoal quanto comprovante residencial; ter foto adequada para a finalidade e local para tirá-las; várias viagens a Manaus até arrumar toda a documentação. Analogia muito bacana feita pelos pais em relação a toda correria da documentação no processo de inserção dos filhos no projeto: compararam como se fosse uma olimpíada, dizendo que não importa chegar ao último minuto e sim conseguir chegar, pois muitas vezes o desanimo se instaurou, mas o desejo em participar foi maior. Isso nos mostra que são responsáveis pela mudança da própria história”. O entusiasmo manifestado por esses jovens que percebem ser esta uma oportunidade de ouro para fazerem o seu futuro e de suas comunidades. Apesar disso parecer aos olhos de muitos algo muito pequeno, nós da equipe do Projeto Biotupé sabemos do real significado disso na vida de cada um desses jovens e de suas famílias. Este programa, sem dúvida, é mais um “gol de placa” da FAPEAM, que “tabelando” com o INPA, que contribui para sua viabilização através da participação dos seus pesquisadores nesse processo de iniciar o treinamento de novos cientistas.

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