Estudo Pioneiro no Lago Tupé começa a desvendar "mistério" dos microinvertebrados aquáticos sazonalmente sem teto

Camila

No próximo dia 28 de maio, de 2013 um "mistério" sobre microinvertebrados aquáticos do lago Tupé, próximo a Manaus, na RDS do Tupé, começará a ser desvendado. A estudante de mestrado do Curso de Biologia de água Doce e Pesca Interior (BADPI), Camila de Araújo Couto, defenderá sua Dissertação de Mestrado no Mini-Auditório do BADPI, no Campus II do INPA. Nesta ocasião Camila apresentará evidências concretas que mostram o caminho para o completo entendimento de qual estratégia foi selecionada para que os microinvertebrados aquáticos do lago Tupé, que ficam sem teto durante parte do ano, quando seus hábitats se tornam terrestres, durante o período de águas baixas no lago, ocasião em que estes organismos "desaparecem" da água remanescente no lago. O mistério se completa quando no próximo período de águas altas, quando os hábitats marginais do lago se tornam novamente aquáticos (macrófitas, folhiço inundados, igapó e outros substratos em vivem associados). Uma suspeita, que agora começa a ser confirmada, é que esses organismos produziriam formas de resistência, que os permitiria resistir (como essas formas)a este período em que seus hábitas se tornam terrestres. Mas isto jamais havia sido confirmado para a Amazônia Ocidental. Camila, pesquisando os sedimentos do lago Tupé, encontrou estas formas de resistência para algumas dessas espécies que habitam o lago. Fato inédito! Vale ressaltar que estes organismos, que "desaparecem" da água,correspondem a cerca de 2/3 da riqueza total de espécies do lago. Isto resultado de estudo anterior levado a cabo e objeto da tese de doutorado do agora Dr. André Ricardo Ghidini, que também trabalhou no lago Tupé, com os cladóceros. Crustáceos microscópicos que são o principal alimento de vários organismos no lago. Isto demonstra a importância desses pequenos animais e muito mais ainda do lugar onde vivem, em geral as áreas marginais e de igapó desse lago. Portanto, a conservação dessas áreas é crucial para manter o equilíbrio de ambientes como o lago Tupé. Então, que fique claro, igapó e importante e deve ser mantido intacto, caso contrário o alimento para muitas espécies de organismos, inclusive peixes, deixaria de existir. Camila também demonstrará que estas formas dormentes, que encontrou nos sedimentos do lago, permanecem viáveis e tem papel importante na manutenção, dessas populações que desparecem ciclicamente, no lago Tupé. Essas formas dormentes também podem fornecer informações importantíssimas sobre a história do lugar, como era, se mudou, o que mudou e como está agora. Além disso, mantém a variabilidade genética, contribuem para estudos sobre a diversidade desses organismos e agora começam a nos mostrar um aspecto até então não provado sobre o desaparecimento cíclico desses animas e também o seu retorno a este ambiente. Isso posto, fica claro que estes organismos estão muito bem nos ambientes onde estão e a alternância de secas e enchentes, mesmo se extremas, não se constituem em catástrofe, quando muito em um distúrbio, que a seleção natural achou formas de superar com muito sucesso.

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