by David Damkaer (tradução: Barbara Robertson)
Copépodos ocorrem nos ambientes aquáticos do mundo todo, portanto, não é de surpreender que eles tenham sido notados pelos primeiros estudiosos de história natural. Iniciando a dois mil anos atrás, muitos cientistas e “adoradores de conhecimento” com nomes ainda hoje conhecidos e respeitados no mundo todo, como Aristóteles, Plínio, Rondelet, Redi, Leeuwenhoek e Linnaeus observaram copépodos. Seus registros cuidadosos se tornaram parte de nossa longa herança escrita, agora atingindo cerca de 37.000 trabalhos publicados a respeito de copépodos.
O mundo dos copépodos tomou forma tendo como pano de fundo o vasto conhecimento de outros grupos de invertebrados. Nossa ciência viu muitas e valiosas contribuições no século seguinte ao estabelecimento do sistema taxonômico de Linnaeus em 1758. Cientistas pioneiros revelaram a surpreendente forma de reprodução e metamorfose dos copépodos assim como seu papel no mundo natural, particularmente sua importância como base alimentar para os peixes. Nomes ilustres e monografias clássicas deste período incluem Otto Friderich Müller (1730-1784, Denmark), Jean Baptiste Lamarck (1744-1829, France), Georges Cuvier (1769-1832, France), Louis Jurine (1751-1819, Switzerland), James Dwight Dana (1813-1895, United States), and William Baird (1803-1872, England).
Como os copépodos não tinham o impacto imediato ou a urgência das plantas, insetos e grandes animais, eles foram estudados apenas ocasionalmente até meados do século dezenove. Mesmo assim, até então já havia uma forte base conceitual que reconhecia a grande variedade de espécies e habitats dos copépodos; mesmo os notáveis “degenerados” copépodos parasitas não foram mais confundidos com vermes ou moluscos, mas através dos seus estágios larvais sua identidade de verdadeiros crustáceos foi revelada. O nome “copepoda” (palavra grega para pernas em forma de remo) foi introduzida em 1830 por Henri Milne Edwards (1800-1885) na França. Os sistemas taxonômicos iniciais ecoam em nossa classificação atual.
O primeiro proeminente cientista a dedicar a maior parte de sua vida ao estudo dos copépodos foi Carl Claus (1835-1899), Professor de Zoologia na Universidade de Viena. Em 1863 Claus publicou o primeiro livro a falar só sobre copépodos. Este útil tratado sumariza o conhecimento sobre os copépodos do leste Europeu e do mar Mediterrâneo. Os outros trabalhos de Claus incluem estudos clássicos de copépodos parasitas, adicionado aos úteis trabalhos de Henrik Kroyer (1799-1870) da Dinamarca.
Depois do trabalho de Darwin (1859), naturalistas se concentraram em completar o livro da Natureza, descrevendo e indicando o relacionamento entre as espécies, uma tarefa que está longe de ser terminada. Esta questão levou os biólogos aos mais distantes cantos da terra e às maiores profundezas dos mares. Extensivas expedições oceanográficas no último quarto do século dezenove trouxeram uma inacreditável quantidades de copépodos e uma expansão da literatura sobre esses organismos. As décadas anterior e posterior aos anos 1900 foi a era de ouro da copepodologia, com as lindas e indispensáveis monografias de Wilhelm Giesbrecht (1854-1913, Alemanha e Itália), Eugène Canu (1864-1952, France), Otto Schmeil (1860-1943, Alemanha), e Georg Ossian Sars (1837-1927, Noruega).
Também, próximo ao final do século dezenove, o fundador da ecologia Karl Möbius (1825-1908) e seus seguidores começaram a medir o impacto preciso dos copépodos no meio biótico e abiótico. Mais atenção foi dada às características do desenvolvimento, geográficas e populacionais dos copépodos.
No século vinte, as mulheres cientistas se tornaram parceiras no estudo de copépodos. Entre as primeiras estavam Maria Dahl (1872-1972) e Marie Lebour (1876-1971). Estes anos viram um maravilhoso desenvolvimento técnico nos microscópios e amostragem, e um movimento em direção à fisiologia e ao estudo de copépodos vivos. Sheina Marshall (1896-1977), Andrew Picken Orr (1898-1962), Aubrey Nicholls (1904-1986), e Frederick Russell (1897-1984) providenciaram a base desses estudos, uma parte dos atuais estudos sobre copépodos.
As vidas de muitos de nossos heróis foram extraordinárias, e estão entre os mais destacados estudiosos de biologia em todas nações. Muitos deles que são bem conhecidos por outras realizações também fizeram importantes contribuições para o conhecimento de copépodos. Os seus ensinamentos e pesquisas tornaram-se centros de excelência, atraindo estudantes de vários lugares. Seus nomes estão ligados para sempre com a variedade, distribuição, e comportamento dos copépodos de vida livre e parasitas dos ambientes de água doce e marinho que eles descreveram. Entre esses imortais estão P. J. Van Beneden, V. Brehm, A Brian, K. Brodsky, C. Van Douwe, C. O Esterly, G. Grice, R. Gurney, H. J. Hansen, W. A Herdman, A G. Humes, Fr. Kiefer, W. Klie, H. Kunz, K. Lang, A Markevich, C. D. Marsh, H. Murukawa, T. Mori, J. Richard, M. Rose, V. Rylov, T. & A Scott, A Steuer, O Tanaka, C. B. Wilson, e muitos outros. Os copepodologistas vêem nestes nomes as publicações indispensáveis que guardam de perto marcas históricas no estudo de copépodos.
Copepodologia continua ininterruptamente no século vinte e um, olhando agora para os copépodos nos ecossistemas de oceanos, lagos e rios, das fossas oceânicas às águas subterrâneas. Armados com novas ferramentas como microscópios eletrônicos, sensoriamento remoto, biologia molecular, computadores, os copepodologistas exploram genética, aplicações médicas/morfológicas, modelos matemáticos, poluição ambiental e sobrepesca, espécies introduzidas e muitas outras conseqüências e oportunidades não vislumbrados por nossos antecessores.
http://www.monoculus.org/history-of-copepodology.html, acesso em 17/02/2021.